De Alagoas para o mundo, Marta transformou obstáculos em conquistas e se consagrou como a maior jogadora da história, deixando um legado que inspira gerações dentro e fora dos gramados.
Nascida em Dois Riachos, interior de Alagoas, Marta Vieira da Silva é considerada a maior jogadora da história do futebol feminino. Atualmente, defende o Orlando Pride, dos Estados Unidos, e a Seleção Brasileira. Ao longo da carreira, foi eleita seis vezes a melhor jogadora do mundo pela FIFA, um recorde absoluto na modalidade.
Por trás de tantos títulos, está uma trajetória marcada por superação. Filha de Tereza da Silva, Marta cresceu em uma família humilde e enfrentou muitas dificuldades financeiras. Desde cedo, se interessou pelo futebol e começou a jogar bola com seus primos. Porém, ao tentar participar de partidas com os meninos da vizinhança, enfrentava o preconceito por ser menina.
Início da carreira e primeiros desafios
A virada em sua vida aconteceu aos 14 anos, quando foi descoberta por uma olheira. Marta viajou para o Rio de Janeiro para fazer testes no Vasco da Gama, onde permaneceu por dois anos, entre 2000 e 2002. Além de defender a equipe carioca, também participou de pequenos torneios no interior de São Paulo. Apesar do talento evidente, enfrentava a falta de oportunidades e as dificuldades financeiras, que colocavam em risco o sonho de seguir no futebol.

Aos 17 anos, Marta recebeu sua primeira convocação para disputar uma Copa do Mundo. Na edição de 2003, realizada nos Estados Unidos, marcou três gols e ajudou o Brasil a chegar às quartas de final. Sua atuação chamou a atenção do Umeå IK, da Suécia, clube que ofereceu a ela a oportunidade de jogar na Europa e alcançar a tão desejada estabilidade financeira.
A partir dali, sua trajetória internacional abriu portas para outras atletas brasileiras, mostrando que o talento feminino merece reconhecimento também fora do país.
Conquistas e recordes
Com a camisa da Seleção Brasileira, Marta conquistou títulos importantes, como os Jogos Pan-Americanos e a Copa América, além de duas medalhas de prata em Jogos Olímpicos, em 2004 e 2008. Nas Copas do Mundo, fez história ao se tornar a maior artilheira da competição, com 17 gols, superando marcas tanto no futebol feminino quanto no masculino.

Além disso, Marta ultrapassou Pelé e se tornou a maior goleadora da história da Seleção Brasileira, entre homens e mulheres. Na Copa do Mundo de 2007, marcou um dos gols mais emblemáticos de sua carreira, na vitória sobre os Estados Unidos na semifinal, conduzindo o Brasil à sua primeira final em um Mundial feminino.
Legado e inspiração
Mais do que títulos, Marta se tornou um símbolo de superação e uma voz ativa na luta pela valorização do futebol feminino. Sua trajetória inspira milhares de meninas e mulheres, mostrando que é possível romper barreiras sociais, culturais e de gênero.
Seu ativismo ajudou a ampliar a visibilidade da modalidade, impulsionando a criação de campeonatos femininos e atraindo mais investimentos para o esporte no Brasil. Durante a Copa do Mundo de 2019, Marta fez um discurso emocionante que ficou marcado na história: “Não vai ter uma Marta pra sempre. O futebol feminino depende de vocês pra continuar”.
Hoje, Marta é muito mais do que uma atleta. É uma lenda viva, um ícone cultural e uma inspiração que vai muito além dos campos.